Circuito de arte do Memorial Kaingang de Coxilha (RS) contou com a interação do público das Escolas Indígenas de Ventarra, Carreteiro e Votouro durante agosto. Confira.

Entre os participantes especiais da agenda de visitação à Exposição de Arte do Memorial Kaingang: Andila Nῖvygsãnh da Organização Indígena Instituto Kaingáng, Inka, destaca-se o público escolar das comunidades indígenas do povo Kaingang.

Para a curadora da Exposição, Susana Fakój, “a presença dos alunos e professores Kaingang trazem ao lugar uma conexão importante entre gerações, contribuindo com novos conhecimentos, técnicas e histórias apresentadas, consolidando o Memorial como espaço de registro e preservação da memória coletiva do povo Kaingang”, frizou.

Alguns dos professores e diretores integraram as oficinas culturais oferecidas pelo Memorial em fevereiro, que promoveu o intercâmbio de conhecimentos de arte entre indígenas Kaingang da região Sul e Sudeste, ampliando, a partir desta formação, as possibilidades dos agentes culturais avaliarem a Exposição junto aos alunos durante a visita.

Arte Indígena Kaingang

A Exposição do Memorial que traz o tema “Arte Kaingang” mostra a beleza e a diversidade artística deste povo indígena em uma variedade de materiais, texturas e suportes.

Acompanhando estudantes e professores em visita no dia 29 de agosto, o diretor da Escola Estadual Indígena de Ensino Médio Toldo Coroado da Terra Indígena Votouro, de Benjamin Constant do Sul, Renato Pereira Beline, deixou suas observações.

“Ficamos impressionados com a Exposição, digna das grandes galerias, com pinturas bem feitas para refletir sobre o futuro, com assuntos atuais como a preocupação ao meio ambiente, preservação e o agronegócio nas aldeias”. O diretor ficou surpreso ao encontrar objetos utilizados antigamente pelo povo Kaingang como o cesto de pesca e a retratação em pintura de anciãos destacados entre o povo Kaingang como o Kujá Jorge Garcia (líder espiritual).

“Eu achei muito bonito os quadros e os objetos de utilidade do passado. Como nossos Kaingang são inteligentes para ter essa ideia de como confeccionar o artesanato com o pouco que tinham, vindo da natureza, e na vivência deles”, acrescentou.

Uma das pinturas sobre mudanças climáticas do artista Xozão, jovem Kaingang do Paraná, foi uma das mais apreciada pelo diretor e pelos visitantes. “Essa tela diz tudo sobre o futuro que nos aguarda se não cuidarmos das nossas reservas e remanescentes nas aldeias. Temos que fazer a nossa parte, cuidar das nossas florestas. Estamos aos poucos invadindo os matos. As matas onde tem taquara para produzir o artesanato foram simplesmente devastadas”, alerta o diretor.

Também realizou visita, a Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Almerão Domingues Nunes, da Terra Indígena Carreteiro, de Água Santa, e a Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Kanhranran Fa Luis Oliveira, da Terra Indígena Ventarra, de Erebango, nos dias 21 e 23 de agosto, respectivamente.

A Exposição Arte Kaingang pode ser vista até o final de 2024! Entre em contato pelo e-mail institutokaingang@gmail.com e agende sua visitação. O Memorial Kaingang fica na Rua Natálio Vieira, 870, no centro de Coxilha, Rio Grande do Sul (a 20 km de Passo Fundo), entrada franca.

Fotos: Kãsé / Renato P. Beline

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